A terra dos ceboleiros é nacionalmente conhecida como a Terra dos Caminhoneiros, mas poderia muito bem ser chamada a Terra das Rifas ou quem sabe ser chamada a Terra dos Rifadores!
Quando criança (década de 60 do século XX) era comum aparecerem pessoas com loterias. Essas loterias eram cartelas onde constavam vários desenhos de quadrados e dentro desses quadrados eram colocados nomes de mulheres. Para as pessoas jogarem nessas loteria tinham de escolher algum desses nomes e escrever dentro do quadrado a própria identificação. Na parte superior desta cartela tinha um nome coberto por uma tarja opaca que depois de toda preenchida era retirada e o nome constante, embaixo desta tarja, era o nome sorteado e quem escolhia era o ganhador. Essa modalidade de loteria era feita com prêmios de pequenos valores e não durou muito tempo e hoje é raramente utilizada.
Com o passar do tempo apareceram o que chamamos de Rifas e o interessante é que as rifas costumavam oferecer prêmios de acordo com a moda comum no momento. Começaram rifando bicicletas, depois cabeça de gados e posteriormente motocicletas. Atualmente, persistem em maior quantidade as rifas de gado e motocicletas, mas chamar a atenção, que estou citando os tipos de rifas mais comuns, pois costuma-se rifar tudo que se possa imaginar, que pode variar desde um eletrodoméstico, um imóvel, gado, carros, pneus, jóias e tudo que possa valer algum dinheiro !!.
As rifas eram vendidas em formas de bilhetes, o conjunto de bilhetes formavam pequenos blocos e o numero sorteado era o mesmo número do sorteio da Loteria Federal que é controlada pela Caixa Econômica federa.
Faz algum tempo li um texto inusitado: O Conto do Relógio da Igreja, de Vladimir Souza Carvalho. Esse conto fala que um sujeito, tirado a esperto, que teve a audácia de rifar o relógio da igreja. Foi lendo esse conto que me lembrei de uma rifa inusitada. Na época eu já estava estudando na Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju e nos finais de semana sempre ia visitar a terrinha (Itabaiana), e aos sábados costumava passar na loja de alguns amigos. Um desses amigos era dono de uma vidraçaria e uma certa vez, ao adentrar porta adentro, fui indagado : e aí Antônio Carlos, num quer jogar numa rifa pra dar uma transada? Fiquei parado sem entender o que realmente estava acontecendo e achando que era uma pegadinhas. Foi quando me foi explicado: essas mulheres (três prostitutas) que estão saindo, estão rifando uma transada! A pessoas joga e se ganhar, é só marcado o dia e local para receber o prêmio e a explicação acompanhada de uma boa gargalhada!
Atualmente existem vários pontos onde os rifadores se concentram, mas muitos já tem clientes fidedignos onde eles vão lá entregar os bilhetes com certeza da venda. No período da ocorrência deste causo, o ponto de concentração, dos rifeiros, ficava na Rua sete de Setembro em frente a igreja dos crentes e nesta época, o produto mais rifado eram novilhas.
Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)
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