Vladimir Souza Carvalho /// Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras. O Correio de Sergipe do dia 17 de maio de 2014 publicou:
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Foto de Antônio Francisco de Jesus |
Rifa não faltava. Rifava-se tudo, até dinheiro. Uma vez, papai se viu compelido a comprar um bilhete. Ganhou. Uma camisa, de manga comprida, um vermelho leve com tiras pretas, mais ou menos como se fosse de festejos juninos. Fiquei com a camisa, que beleza, uma a mais que vesti pra chuchu, nos dias de sábado e domingo, à noite, para ir a praça ou ao cinema. Rifa era o que aparecia, à noite, no bar Brasília, o rifador com o papel, colhendo assinaturas e recebendo o pagamento, rifas sérias, que corriam assim que todos os números fossem vendidos, o resultado sendo comunicado aos que bilhete adquiriam.
O maior rifador daqueles tempos foi Juvino Preto, ou Aruvim, como era chamado, morador de casa vizinha a de Zé Gordinho, na rua da Vitória. De charuto na boca, camisas de manga comprida, organizava o que se chamava, à época, de balaio, e saia numa carroça, para todo mundo vê-lo, adquirindo, assim, o bilhete. Tinha a confiança de