quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Os cebolas e a mania de grandeza

Quando morava nas proximidades do Beco Novo (Rua Coronel Sebrão), na Cidade de Itabaiana, eu e os colegas de infância costumávamos ir para a conhecidíssima “Fazenda Grande” (também era conhecida como Campo do Governo) e, sempre ia pela estrada que passava pela barragem do Açude Velho. Saíamos de onde morávamos, Rua Dr. Hunaldo Cardoso (atual Rua José Mesquita), seguindo em direção da Serra de Itabaiana (direção Leste), atravessando pelo lado do Açude Velho (passávamos por cima da barragem de concreto) e, do outro lado seguíamos caminho passando ao lado dos sítios do Sr. Vasconcelos (à direita), à esquerda, ficava o sítio do pai de Arnaldo (eles tinham sítio, mas moravam na cidade, e, justamente na Rua Dr. Hunaldo Cardoso), filho de Dona Hora.

O maior Eucalipto do Mundo

Saindo da onde morávamos até chegar no Açude Velho, passávamos ao lado de um sítio que tinha um pé de Eucalipto enorme. Segundo os moradores daquela época, era o maior Eucalipto do mundo! Esse pé de Eucalipto era solitário, mantido sempre limpo e podado durante todo o tempo. Tinha um tronco linheiro (em linha reta), sem galhos, e, uma copa na parte superior. Certamente, tinha mais de vinte metros de altura, mas, ninguém contestava em ser o maior do mundo, por não conhecer a existência de outro maior. Mas, mesmo assim, todos afirmavam que era o maior do mundo!

O Mercado Celeiro do Estado.

Durante um período, a produção hortigranjeira de Itabaiana abasteceu grande parte das cidade vizinhas, e, a capital do Estado (Aracaju). E, em decorrência da grande produção e abastecimentos destas cidades, foi considerada a cidade Mercado Celeiro do Estado. Acredito que em decorrência desse título é que se desencadeou a mania

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O que o cebola soube de Aracaju !

Ao descobrir o Brasil,Pedro Álvares Cabral confundiu os nativos com os habitantes da Índia e como consequência ele chamou os nativos de índios. Até hoje, de maneira errônea, nós chamamos os nativos de índios!

Mas esses tipos de erros se perduram no tempo e por incrível que pareça, são registrados nos livros de História, é uma tradição e herança que temos dos portugueses. Para isso vamos ver algumas coisas estranhas na cidade de Aracaju-SE.

Ponte do Imperador

Desde criança fomos informados que Dom Pedro I desembarcou em uma ponte na Cidade de Aracaju-SE. Quando a pessoa visita, o que seria uma ponte, é na realidade um ancoradouro de barcos! Isso é registrado nos livros de História de Sergipe até os dias atuais!


Avenida Euclides Figueiredo.

Essa Avenida, que não é avenida, liga a Cidade de Aracaju ao Conjunto João Alves Filho (Conjunto Siri), em Nossa Senhora do Socorro. Foi projetada para ter duas vias e foi construída com apenas uma, embora a prefeitura tenha recebido repasses (dinheiro) do governo Federal para construir uma Avenida. O então Presidente  General João Figueiredo reclamou que tinha mandado recursos para construir uma avenida e construíram uma rua! A avenida (rua) foi batizada de Euclides Figueiredo em homenagem ao pai do do então presidente da época e foi quem mandou os recursos para construção da mesma!

Os terrenos as margens desta rua foram doadas e ela acabou ficando estreita para o grande volume do tráfego de veículos e como consequência existe

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A INVASÃO DOS ÍNDIOS !!!


Manoel Resende Dos Santos



Sobrado onde ficava a a Escola do Padre
(Foto conseguia no Grupo Itabaiana Grande (Facebook).
Por falar em "Índios", quem se lembra das "indhagens" (ou "indiagens") de Itabaiana no início da década de 60? Talvez seja essa turma hoje representada pelos condutores dessas motinhas de 50 CC que tanto ouço falar que atanazam o cotidiano dos caros confrades da velha Itabaiana, ou talvez mais apropriadamente , as gangues de torcidas de times de futebol do centro sul.

O certo é que qualquer ajuntamento da molecada para aprontar seja no cinema, nas praças ou em qualquer evento público, eram tachados de "Indios" e dai o neologismo, "Indiagem", muito usado para definir e qualificar os diversos

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Micarena em Itabaiana


Não foi à toa que o jornalista Sebastião Nery não perdia o nosso coroné de vista! KkkkkkkkkkkkkkkE detalhe: a Lei...
Posted by José De Almeida Bispo on Quinta, 23 de julho de 2015

segunda-feira, 1 de junho de 2015

JOSÉ BEZERRA.

Por Antônio Samarone

Sexta-feira, 30 de maio, a Academia Itabaianense de Letras dará pose a Antonio Amorosa, na cadeira que tem como Patrono o ator, mágico, cantor e palhaço José Bezerra. Aluno de Procópio Ferreira, montou um circo, e saiu pelo interior levando a arte circense e a novidade do teatro. O famoso Circo e Teatro José Bezerra, o Palácio de lona verde.
Depois do espetáculo, vinha o DRAMA, nome de uma pequena peça teatral comandada por José Bezerra. Itabaiana parava esperando a hora do Drama, num tempo sem televisão e sem novelas.
Nunca esqueci a apresentação do monólogo, escrito por Pedro Bloch, "As Mãos de Eurídice", dificílimo, tarefa para os grandes atores, brilhantemente representados por José Bezerra. 
O monólogo narra as desventuras do escritor Gumercindo, que decide abandonar a família e fugir com Eurídice, uma jovem bela e ambiciosa. Os dois vão para Mar del Plata, na Argentina. Ele a cobre de jóias e presentes caros, e ela, por sua vez, torra a fortuna do amante em cassinos, acabando por levá-lo à ruína financeira.
Como mágico, a maior façanha de José Bezerra era a colocação de uma mulher no espaço, solta, sem nenhum fio escondido. Eu enchia os bolsos de limões, na crença que chupando-se limão, eu poderia desvendar os segredos da mágica. O limão cortava os poderes do feiticeiro. 
Depois de Zé Bezerra, Circo para mim perdeu a graça, parecem muito previsíveis.

Texto replicado do grupo ITABAIANA CULTURAL

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O sino mágico!

Quando passei no vestibular e fui estudar na UFS (Universidade Federal de Sergipe) existia e ainda existe um sino logo na entrada da cidade. Embora passasse pelos menos uma vez por semana no local, nunca tinha prestado atenção nos detalhes e sequer sabia quem tinha colocado naquele local.

Foto conseguida no Grupo Itabaiana Grande (FAcebook)
O sino não é mágico pelo fato de não ser notado por parte dos transeuntes do local. Era invisível pelo fato das pessoas se acostumarem passar no local, cotidianamente, que nem prestavam atenção no mesmo. Embora soubesse da existência, só recentemente percebi que é uma obra do Rotary Club de Itabaiana.

Na década de oitenta, era comum o grande número de ceboleiros estudando na UFS. O ponto de encontro comum na universidade era o restaurante. Na hora do almoço, os que iam ficar para as aulas a tarde, os que iam para o trabalho

terça-feira, 12 de maio de 2015

O CARTÃO POSTAL

Sempre que visitamos alguma cidade, uma das coisas que olharmos é a entrada principal da cidade. Mas estranhamente a grande maioria das cidades descuidam de sua(s) entradas e muitas tem pelo menos a preocupação de montar alguma coisa dando as boas vindas as que estão chegando de visita e desejando boa viagem aos que estão saindo. Em muitos casos, a entrada da cidade, é o cartão postal principal da cidade..

Quando visito minha terra natal, fico feliz que finalmente as autoridades e munícipes resolveram colocar uma entrada digna para a cidade e com um cartão postal mais digno.

Pórtico na atual entrada da cidade, mas que já não tão entrada da cidade.
Quando os visitante chega, a esse local, já percorreu mais de um quilômetro
 de área urbana.
Hoje a entrada principal, da cidade, é feita pela Av. Dr. Luiz Magalhães. Mas na minha adolescência, a entrada era pela Avenida Manoel Francisco Teles, depois entrava pela Rua Quintino Bocaiuva, passando pelo lado do CEMB (Colégio Estadual Murilo Braga) e ia

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Os Abandonos das Escolas Públicas


Escola Mun. Sebrão Sobrinho
Povoado Mundo Novo
 Itabaiana - Sergipe
Sempre estamos acostumados ouvir falar do abandono das Escolas Públicas pelo Poder Público. Analisando as críticas parei para observar e notei que não existe uma estatística de quantas escolas existem abandonadas (se existem não são divulgadas) e os motivos por que tais fatos ocorrem. E o mais interessante é que este abandono nem sempre parte do poder público, existe uma parcela de colaboração e cumplicidade dos moradores e usuários destas escolas. 

Como eram as Escolas Públicas

O que vou descriminar aqui é a minha experiência de vida, ocorrida no Estado de Sergipe e não uma pesquisa científica efetuada para tal.

Na década de sessenta as escolas, principalmente da Zona Rural, eram geralmente escolas com duas salas de aula e que normalmente só funcionava uma sala de aula. Era raro o funcionamento destas escolas com duas salas de aulas
 Já nas áreas urbanas, as escolas já tinham uma estrutura semelhante ao que conhecemos hoje, tinham várias salas de aulas, diretoria e geralmente mais de um professor/a.  A distribuição dos alunos nas escolas urbanas eram feitas por séries, idade e sexo. Já nas escolas Rurais não existiam essa distribuição, até por que os alunos ficavam todos em uma única sala e com uma única professora. 

 Uma particularidade da época era como os professores eram contratados (ainda não existia a figura do Concurso Público). Os professores eram contratados

domingo, 29 de março de 2015

Antigas profissões do cebolas XIII - Os Funileiros

No decorrer da história da humanidade existiu e ainda existem várias profissões. Umas existem desde os tempos remotos até os dias atuais e outras apareceram e desapareceram de acordo com a necessidade. 

Uma profissão (não reconhecida pelo Estado) muito importante na sociedade no início do século passado era a de Funileiro. O nome da profissão já nos induz que ele fabricava FUNIL. Na realidade, o funil era o produto mais procurado e fabricado por este profissional. Mas ele fabricava além do funil: candeeiro, ralador, latas (geralmente para o transporte de água), bicas, ratoeiras, brinquedos, etc.Eram verdadeiros artesões a serviço da comunidade.. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Os cebolas nos jogos de infância


Sempre gostei de jogos e comecei a jogar logo aos cinco anos de idade (1966 do século XX). O primeiro jogo que aprendi a jogar foi o chamado jogo de baralho “burro”. Que era considerado o jogo mais simples para essa modalidade. Mas durante minha vida vi jogos de vários tipos. Alguns já existentes na comunidade, outros importados de localidades distantes e outros criados pela imaginação dos moradores locais.

Grande parte desses jogos existia em várias cidades e iam sofrendo variações na distância e no tempo. Não vou falar de futebol por ser um esporte popularizado pela grande imprensa devido o motivo da seleção brasileira de futebol ter sido campeã mundial. Vou relatar apenas os jogos que eram praticados mais pelas crianças.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CONSTRUÍNDO UMA TRAGÉDIA!


tanque_do_povo_ita.jpg
Tanque do Povo - Atual Mercadão
Na década de 70, do século XX, Itabaiana era uma pequena cidade com uma pequena população e uma pequena área urbana. Ruas estreitas, metade delas tinha pavimentação à paralelepípedo, as praças não eram pavimentas (algumas arborizadas), as casas tinham quintais grandes, muitas com cisternas e com muitas árvores frutíferas. Existiam casas com grandes quintais até mesmo no centro comercial da cidade. Como exemplo posso citar a Casa comercial Café Novo Horizonte que ficava bem em frente ao Largo Santo Antônio. Existiam dezenas de lagoas, nesta mesma Área Urbana, e a mais conhecida delas ficava justamente no centro comercial da cidade: O Tanque do Povo.

domingo, 11 de janeiro de 2015

OS NOMES E APELIDOS DAS COISAS PÚBLICAS!

É comum se colocar nomes nas coisas públicas: ruas, avenidas, escolas, bairros, povoados, etc. No decorrer dos tempos esses nomes são mudados de acordo com o interesse popular ou mesmo de interesse (políticos) da Administração Pública. 

A Administração Pública nomeia os logradouros públicos homenageando pessoas consideradas importantes e santos (geralmente da Igreja Católica). O inconveniente é que nem sempre essas homenagens representam a vontade popular. É comum as pessoas não saberem por que os povoados, ruas e praças onde moram tem nome de pessoas que nunca ouviram falar! Isso é decorrente do Poder Público batizar esses logradouros a partir de homenagens prestadas pelos e por interesses políticos. Em contrapartida, as pessoas costumam colocar nomes nos locais a partir de fatos da convivência e muitas vezes acabam colocando nomes estranhos, tais como: Povoado Saco Torto, Povoado Pé do Veado, Rua do Ovo, Rua do Cacete Armado, Bairro Eucalipto, Bairro Lata Velha, etc.

domingo, 4 de janeiro de 2015

A LAGOA DO FORNO (A Mossaranha)

Por José de Almeida Bispo


O aventureiro inglês Richard Burton disse que ela fica em cima da serra de Itabaiana e tem nove quilômetros por três de comprido. Por ouvir dizer. Errou feio. Quanto ao fato de ficar em cima da serra de Itabaiana, contudo ela não errou. É preciso levar em conta que os primeiros europeus que na região chegaram entendiam todo o domo e não apenas a serra mais alta, como de Itabaiana. Mas o que confere magia à pequena lagoa é a lenda de sua origem, captada no imaginário popular na segunda metade do século XIX por Armindo Guaraná, e razoavelmente difundida por José Sebrão de Carvalho, o sobrinho.

A Lagoa do Forno, como hoje conhecida fica entre os riachos dos Tapuias e da Taboca, dela também se originado um terceiro, o riacho do Sangradouro. Foi por séculos ponto de parada dos viajantes no trânsito entre Itabaiana e a antiga capital de Sergipe, São Cristóvão, cuja estrada real lhe passa às margens, justo do lado onde começa o supra citado riacho do Sangradouro. Atualmente, é mais facilmente atingida pela estrada de rodagem para o povoado Ribeira, que também lhe margeia a uma distância pequena, aproximadamente no quilômetro 1,5, a partir da BR-235. Recentemente foi foco de preocupação e querelas partidárias por tentativa de apropriação por parte de particulares e consequente aterramento, um crime ambiental, pois, fato que foi confundido com os trabalhos de asfaltamento da antiga estrada real São Cristóvão-Itabaiana, em quase toda a sua extensão, ora em andamento.

A lenda da Mbuçarãe, toscamente chamada pelo colonizador europeu de Mossaranha é uma daquelas belíssimas trazidas da cultura indígena. Conta-se que, havia na região um casal de índios em que o valente guerreiro era extremamente ciumento, e sua amada, bela, na mesma proporção. Os espíritos maus ocuparam a cabeça do valente guerreiro por algum tempo lhe gerando um ciúme doentio. Certo dia, doente de ciúmes descobriu que sua amada tinha ido se banhar nas nascentes do rio das Pedras e lhe foi ao encontro. Por infelicidade a encontrou conversando com o dito índio de quem mais tinha ciúmes com ela e, tomado de furor, matou a ambos. O local da tragédia ficou conhecido como a Tocaia, que na língua indígena se Mondé, corrompido pelo europeu para Mundés, onde hoje é conhecido como Rio das Pedras, um próspero povoado às margens da BR-235. Após cometer seu ato tresloucado, o grande guerreiro doente de ciúmes caiu em depressão e passou a chorar até as morte. Chorou tão copiosamente que suas lágrimas geraram uma lagoa que tomou o nome de sua bela e infeliz amada: Mbuçarãe. Que hoje é a conhecida Lagoa do Forno."