Escola Mun. Sebrão Sobrinho Povoado Mundo Novo Itabaiana - Sergipe |
Como eram as Escolas Públicas
O que vou descriminar aqui é a minha experiência de vida, ocorrida no Estado de Sergipe e não uma pesquisa científica efetuada para tal.
Na década de sessenta as escolas, principalmente da Zona Rural, eram geralmente escolas com duas salas de aula e que normalmente só funcionava uma sala de aula. Era raro o funcionamento destas escolas com duas salas de aulas
Na década de sessenta as escolas, principalmente da Zona Rural, eram geralmente escolas com duas salas de aula e que normalmente só funcionava uma sala de aula. Era raro o funcionamento destas escolas com duas salas de aulas
.
Já
nas áreas urbanas, as escolas já tinham uma estrutura semelhante ao que
conhecemos hoje, tinham várias salas de aulas, diretoria e geralmente
mais de um professor/a. A
distribuição dos alunos nas escolas urbanas eram feitas por séries,
idade e sexo. Já nas escolas Rurais não existiam essa distribuição, até
por que os alunos ficavam todos em uma única sala e com uma única
professora.
Uma
particularidade da época era como os professores eram contratados
(ainda não existia a figura do Concurso Público). Os professores eram
contratados
por convite ou indicação política e não existam aquela obrigação de se contratar professores formados em Licenciaturas especificas de cada área. Era comum se chamar um engenheiro na cidade para ser professor de matemática, um advogado para ser professor de Português, etc. Nas escolas rurais os professores eram pessoas que moravam próximas as escolas e que possuíam pelo menos o primário. Quando não existia alguém na comunidade, em condições de ser professor, era comum se contratar alguém na cidade mais próxima e era levada de carro, todos os dias letivos, até essas escolas.
por convite ou indicação política e não existam aquela obrigação de se contratar professores formados em Licenciaturas especificas de cada área. Era comum se chamar um engenheiro na cidade para ser professor de matemática, um advogado para ser professor de Português, etc. Nas escolas rurais os professores eram pessoas que moravam próximas as escolas e que possuíam pelo menos o primário. Quando não existia alguém na comunidade, em condições de ser professor, era comum se contratar alguém na cidade mais próxima e era levada de carro, todos os dias letivos, até essas escolas.
Nesta
época, as escolas classificam os alunos nos seguintes graus de estudo:
primário , ginasial, cientifico ou acadêmico e ensino superior
(Universidade).
Para
o aluno sair do primário e ir para o Ginasial era necessário se fazer o
“Concurso de Admissão” (que hoje já não exite mais) e para o aluno
entrar na universidade era necessário prestar o “Concurso do Vestibular
(que existe até os dias de hoje)".Tanto o Concurso de Admissão e o
Concurso do Vestibular era uma avaliação feita em uma prova escrita com
todo o conteúdo do dos anos estudos nas séries anteriores.
Extinção do Concurso de Admissão nas Escolas Públicas
Um dos marcos que trouxe uma mudança radical, em relação a importância das Escolas Públicas, foi a extinção do chamado "Concurso de Admissão". Depois que os alunos, do chamado “Ensino primário”, não precisaram mais prestar o Concurso de Admissão para ingressar no Ensino Ginasial, passou a ocorrer um fato interessante, a classe média começou a retirar seus filhos das Escolas Públicas (que até então eram tidas como as melhores) e passaram a colocarem, os filhos, nas Escolas Particulares. Isso fez com que de uma certa maneira os administradores públicos perdessem o interesse de valorizar as escolas públicas. Não se esqueçam que os alunos de classe médias que estudavam nas escolas públicas eram filhos destes mesmos administradores.
Um dos marcos que trouxe uma mudança radical, em relação a importância das Escolas Públicas, foi a extinção do chamado "Concurso de Admissão". Depois que os alunos, do chamado “Ensino primário”, não precisaram mais prestar o Concurso de Admissão para ingressar no Ensino Ginasial, passou a ocorrer um fato interessante, a classe média começou a retirar seus filhos das Escolas Públicas (que até então eram tidas como as melhores) e passaram a colocarem, os filhos, nas Escolas Particulares. Isso fez com que de uma certa maneira os administradores públicos perdessem o interesse de valorizar as escolas públicas. Não se esqueçam que os alunos de classe médias que estudavam nas escolas públicas eram filhos destes mesmos administradores.
Nesta
observação, notei que essas escolas são abandonadas seguindo padrões em
várias localidades. Neste padrões é fácil notar a influência de ganho
ou perda de poder econômico da população que provoca movimentos
populacionais e algumas mudança de hábitos.
Os tipos de abandonos
Geralmente as escolas são
abandonadas ou mantidas de maneira deficiente por descaso dos chamados
Administradores Públicos, mas existem muitos casos que os abandonos
ocorrem por perda de importância das escolas nas localidades em que
estão inseridas. Com o decorrer do tempo, as populações localizadas em
torno destas escolas perdem ou ganham poder econômico e quando não, as
localidades onde estão inseridas, estas populações, mudam o status em
relação as localidades mais próximas (esse fato ocorre mais nas áreas
urbanas).
Perda de importância da escola naquela localidade.
Desde
a década de 1970, as áreas Rurais estão perdendo contingentes
populacionais que estão se deslocando para viverem nas cidades (Êxodo
Rural), geralmente a procura de melhores serviços de saúde, educação e
também a procura de trabalho. Essa movimentação faz diminuir a
quantidade de matriculas ou mesmo inexistirem a presença de crianças, na
Área Rural, na idade escolar. Com a grande diminuição nas matriculas,
nestas escolas, fica menos dispendioso transportar estas crianças para a
sede do município com o uso do chamado transporte escolar.
Nas
cidades é comum os bairros mais antigos serem ocupados por atividades
comerciais e prestação de serviços. Os moradores desses antigos bairros
residenciais, geralmente vendem seus imóveis a empresas e procuram ir
residir em outros bairros. Isso faz com que a perda e inexistência das
matriculas ocorram em muitas escolas localizadas neste bairros. Neste
caso há uma perda de matriculas das escolas localizadas nos bairros
próximos aos centros comerciais e aumento de matriculas nos bairros mais
periféricos, ou seja, ocorre um deslocamentos de matriculas na Rede
Pública.
Mudança de poder aquisitivo da população
Depois que eliminaram a Prova
de Admissão, a classe média passou a valorizar mais as Escolas
Particulares e muitas escolas localizadas em bairros onde grande parte
da população melhorou o poder aquisitivo, houve uma grande perda de
matrículas. Isso vem ocorrendo muitos nestes conjuntos habitacionais
construídos pelo governo. Nos últimos dez anos, em muitos desses bairros
houve uma melhoria salarial e essa nova classe média absorveu os
valores culturais da classe média já existente, ou seja, a valorização
das escolas particulares em detrimento das escolas públicas. Muitas
destas escolas, localizadas nestes conjuntos habitacionais, estão sendo
utilizadas por alunos de bairros periféricos vizinhos. O correto seria a
construção das escolas nos bairros periféricos para evitar o trasporte e
movimentação dessa grande massa de alunos, só que o governo por
questões de economia, na construção de novas escolas, prefere gastar com
transporte!
As escolas totalmente abandonadas
EM. Agostinho j. Caetano Povoado Taperinha Itabaiana - Sergipe |
Texto: Antônio Carlos Vieira - Professor de Geografia
Fotos de Abércio Filho - Professor de História
Texto publicado na : Gazeta Valeparaibana
Textos publicado originalmente: DEBATENDO A EDUCAÇÃO
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