sábado, 16 de novembro de 2013

O ÚLTIMO DOS LOBISOMENS

Os tempos vão mudando, a tecnologia evoluindo e as pessoas também mudam acompanhando essa evolução. Alias, até os lobisomem tiveram de se adaptar a novas tecnologias!

Desde criança, as histórias sobre lobisomem, sempre ouvi que são seres que sempre aparecem em noites de lua cheia, de uma força descomunal e que assustava os andarilhos noturnos. Isso até que um senhor em uma dessas rodas de conversas, que se conta causos extraordinários, me falou que não era bem assim (década de oitenta do século XX).

Ele disse que uma vez voltando do colégio (estudava a noite) foi interpelado por um desses lobisomem e acabou dando uma facada no suposto e afirmou que na semana anterior (anterior a semana da conversa) tinha visto um lobisomem quando voltava para casa.


Mas no caso da última vez, que ele diz ter visto um lobisomem, foi a tarde! No qual questionei: e lobisomem aparecem a tarde?

Ele esclareceu que o lobisomem apareceu a tarde e era um que acompanhava a modernidade! - Acompanhava a modernidade! -: É! o que ví na semana passada, apareceu de dia e usava tênis!

Segundo o senhor: eu trabalho de vigilante e resolvi, ao sair do trabalho, passar (ir) na casa da minha mãe. Minha mãe mora na Terra Dura(fica em Itabaiana). Só que resolvi cortar caminho por uma estrada para chegar mais rápido. Deixei a moto na casa do meu irmão e fui o restante do caminho a pé. O caminho era estreito e cheio de marmeleiros. Foi quando vi um vulto com orelhas enormes, uivando,  passou correndo e se escondeu dentro dos pés de marmeleiro. Só que eu estava armado com uma pistola e corri na direção do bicho, apontei a arma e mandei que o sujeito saísse de dentro do marmeleiro: é melhor sair? por que nessa distância eu não erro o tiro e sei que você não é um lobisomem, daqui dá pra ver os seus pés calçado em um tênis!

O senhor continuou: era um sujeito com mais ou menos um metro e oitenta de altura, vestido em pele de carneiro, todo bem costurado, só a parte da canela para baixo não estava coberta pela pele de carneiro. A fantasia tinha costurada orelhas grandes iguais a de um lobo. O cara me falou: eu fico aqui espantando as pessoas por que o meu patrão me dá uma grana extra. Ele tem uma rapariga (mulher) que mora aqui no sítio ao lado e não quer ser visto quando está com ela!

O vigilante mandou que o cara tomasse cuidado, por que muitas pessoas andam armada e se ele resolvesse atirar antes de perguntar, ele estaria morto e não vale a pena ganhar uns poucos trocados arriscando a vida vestido de lobisomem e aparecendo a tarde! Quem vai acreditar?

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)
www.carlosgeografia.com.br

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