segunda-feira, 17 de julho de 2017

Uma onda em Itabaiana!


Foto conseguida no Grupo Itabaiana Grande (facebbo e adm. Robério Santos)
Uma das coisas que eram raras na minha cidade (ainda é) eram os parques de diversão. Aliás, não chamávamos os brinquedos de parque de diversão e sim de brinquedos de natal e isso porque esses brinquedos geralmente só apareciam justamente no período das festas natalinas (também eram conhecidas como feiras de natal).

Durante alguns anos as festas natalinas eram realizadas na Praça Santa Cruz (Praça do Cinema) e o brinquedo mais semelhante em pegar uma onda era brincar nas chamadas barcas, que simulavam um barco subindo e descendo as ondas do mar.


Em todas as festas as pessoas sempre escolhem um local como ponto de encontro e na Praça Santa Cruz o ponto de referência era um Coreto que foi tombado no sentido literal da palavra. Até hoje não se sabe o motivo da retirada do coreto!

Posteriormente, as festas natalinas foram transferidas para onde ocorre atualmente, na chamada praça de eventos, mas no início nos referíamos a praça como “praça ao lado do campo” e o motivo é que ao lado da praça fica o Campo de futebol da cidade.


O novo ponto de referência para os encontros


A onde era o brinquedo mais procurado na festa e deixou de ser depois que começaram a aparecer brinquedos eletrônicos mais sofisticados movidos por motores elétricos. Deixar claro que, até a minha adolescência, não existiam brinquedos movidos a eletricidade e todos eram movidos a tração animal (seres humanos).

Pela localização, ficava logo na entrada da praça no sentido indo do centro da cidade em direção da praça das festas. Acredito que por ser o mais popular, era o escolhido, pelos colegas, como ponto de referência para marcar encontros.


Segurança zero


O brinquedo (a onda) era de forma redonda, erguido por vários ferros, que eram presos em um eixo no centro e que girava quando tracionado por várias pessoas contratadas para esse fim. Quando a roda levantava em um lado o outro baixava e assim sucessivamente simulando uma onda. a diferença é que se pega uma onda na praia apenas ficando parado em certa profundidade e aguardando que a onda se aproxime te levantando e baixando a cada onda que passa.

As pessoas subiam na onda quando ela estava bem rente ao chão e enquanto isso o outro lado estava distante do chão. Quando toda a onda estava ocupada, era girada e empurrada de forma a girar, aonde os lados iam subindo ou descendo. As pessoas ficavam sentadas sem nenhum equipamento de segurança.

As pessoas que trabalhavam tracionando o brinquedo, não tinham nenhum equipamento de segurança quando estavam efetuando o trabalho. Os trabalhadores tracionavam o brinquedo ficando na parte interna.


Passando por debaixo da onda


O grande desafio era sair da parte interna da onda, passando por baixo onde as pessoas ficavam sentadas e no giro quando a onda baixava em um lado, subia no outro e nessa subida, os trabalhadores que tracionavam a onda costumavam passar por baixo saindo do interior para o exterior e vice-versa. !

Ajudei muito tracionar esse brinquedo e sempre fazia o desafio de entrar para parte externa para interna e vice-versa. Claro que eu não contava em casa que fazia esse desafio e tenho certeza que se fossem nos tempos atuais o brinquedo seria interditado por motivo de falta de segurança. Mas até o dia que sair de Itabaiana e fui morar na capital (Aracaju), nunca presenciei ou tive notícias de algum acidente de qualquer natureza com a onda.

Antônio Carlos Vieira

Licenciatura Plena - Geografia (UFS)

www.carlosgeografia.com.br

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