quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O LOBISOMEM PERITO EM ARTES MARCIAIS


Quando era criança era comum os adultos contarem essas histórias sobre lobisomens e assombrações, apenas para fazer medo aos mais novos. Devido a esse tipo de atitude, algumas pessoas aproveitavam para pregar algumas peças.

As mais comuns era se pregar peças com as chamadas assombrações ou visagens.

Em uma dessas situações a que me chamou atenção foi o que contou um senhor aposentado. Esse senhor me contou que na adolescência morava em sítio e estudava a noite na cidade. Fazia o caminho de ida e volta todas as noites.

O caminho da cidade para a casa dele dava em uma encruzilhada chamada três cancelas (Povoado Terra Dura - Itabaiana(SE). As aulas começavam as 19:00hs e iam até as 22:30hs.

Como precaução ele sempre levava uma faca peixeira.


Em uma dessas noites ele passou na casa de uma irmã que, ao se casar, foi morar na cidade. Por coincidência a irmã pediu que ele entregasse uma faca peixeira nova a mãe que a mesma tinha pedido que ela a comprasse.

Isso quer dizer que ele foi para casa armado com duas peixeiras. Ele prendeu uma peixeira no cinto pela parte da frente e a outra ele prendeu no cinto na parte das costas.

Neste dia, quando se aproximava destas cancelas, em torno 12:00 horas da noite, detrás de uma moita saiu um vulto peludo, alto e foi na direção dele grunhindo.

Ele não pensou duas vezes, puxou uma das facas peixeira.

Foi aí que ele descobriu que o lobisomem era perito em artes marciais. O suposto lobisomem pulou e com um chute tirou a faca da mão dele e com a outra perna deu um chute frontal que ele caiu de braços abertos.

Quando ele tentou recuperar a posse da faca, o suposto lobisomem pisou na mão dele, foi que ele com a outra mão puxou a faca que se encontrava escondida nas costas e penetrou a faca na parte traseira da coxa do suposto lobisomem. A surpresa da segunda faca, escondida atrás das costas, foi quem salvou a pele dele!!!

O suposto lobisomem saiu aos berros por dentro do mato. O senhor se levantou pegou a outra faca e saiu cambaleando com o nariz sangrando. Quando chegou em casa, a mãe se assustou, já que ele estava sangrando pelo nariz devido a chute que levou e narrou o fato do que tinha ocorrido para aa mãe..

Quando amanheceu, ele já com o sangramento o nariz estancado, pegou o cavalo, com mais três irmão, saiu pelas casas da região e não encontrou ninguém com problemas.

Só que outros causos semelhantes (exceto pelo ocorrido da surpresa da faca) começaram a ocorrer no ano seguinte, só que em um povoado próximo. Os casos passaram a ocorrerem no caminho do Batula e Lagamar (Itabaiana-SE) em um local próximo às olarias. Quando as pessoas saiam da rua e entrava na estrada que ia para esses povoados, nesta época, onde existia um local onde tinha duas quixabeiras, uma em cada lado da estrada.

Esse senhor já estava morando na cidade e costumava ficar até certas horas da noite no bar de final de rua (bar do Augusto) que era a entrada para a estrada que estava ocorrendo fatos semelhantes ao experimentado.

Num desses dias, um outro senhor que já tinha apanhado desse suposto lobisomem, se aprontava para ir para a casa. Quando o senhor lembrou ele do lobisomem e era bom está preparando. Foi quando esse senhor, de nome João, puxou uma arma e disse: hoje eu mato esse lobisomem ou seja lá o que diabo for.

Só que esse outro homem fez uma coisa semelhante ao fato ocorrido anteriormente. Colocou a arma na cintura na parte da frente e sem que ninguém percebesse ele estava levando uma faca presa no cinto pelas costas e não avisou a ninguém de tal posse.

Pois bem, não se passou uma hora que ele tinha saído! O senhor voltou sangrando e contou a história de maneira semelhante ao fato narrado anteriormente: o lobisomem o cercou de surpresa, no lugar das quixabeiras, quando ele tentou puxar o revólver, o suposto lobisomem pulou e com um chute desarmou ele e com a outra perna derrubou ele com um chute, só que esse nem tentou pegar a arma de volta, já foi puxando a faca e conseguiu esfaquear o lobisomem no meio coxa na parte da frente. O bicho gritou e saiu em disparada pelo mato.

Desta vez não esperaram amanhecer o dia para procurar o suposto lobisomem. Se juntaram os homens presentes no bar e saíram de cavalo e bicicleta e passaram de casa em casa nas redondezas e quando se aproximava o amanhecer, foi que chegaram na casa de um sujeito tido como maluco e perguntaram por ele. A esposa disse que ele tinha saído no início da noite e até aquele momento não tinha voltado para casa.

Quinze dias depois, o sujeito tido como maluco, volta e como costumava andar de bermudas se notou a cicatriz bem no meio da coxa. Foi que vários homens se juntaram e colocaram ele na parede e foi que ele confessou que costumava fazer essas brincadeiras.

Pouco tempo depois o sujeito foi internado como maluco.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)

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